a família sempre vem, mesmo, em primeiro lugar. pra quase todo mundo é assim. mas os amigos, aqueles bem queridos, ganham em disparada e muito merecidamente o segundo lugar nessa corrida da vida. graças a deus, apesar do casamento e da maternidade, eu fortaleci meus laços de amizade e quero preservá-los ao máximo, em qualquer circunstância de correria doméstica ou atribulações profissionais. em momentos de tristeza, nem se fala. aí é que preciso mesmo de colos alheios, já que mamãe Lola se foi há tempos.
com a tecnologia, então, eu venho mantendo ligações constantes com os amigos, até mais do que antes, quando o e-mail e o twitter não eram tão viciosamente presentes em minha rotina. o que de início parecia-me frio e seco, por eu ter de beijar, abraçar e dizer parabéns via computador, hoje soa-me tão agradável, forte e apaixonante que eu já quase não sobrevivo sem o mundo virtual.
por meio dele converso com as minhas queridas e saudosas ninna fields e tulinha, que vivem na austrália e nos estados unidos. troco trabalhos e confidências com o trio de âncoras catarina fürst, fran e pedro esteves. rio horrores e admiro o texto do grande companheiro adilson marcelino, em seu blog insensatez. mato as saudades de renato fernandes e ainda peço-lhe conselhos sobre informática. entro no bate-papo com lu brigida, nos intervalos de trabalho, pras fofocas da firma. delicio-me com as receitas da colega de mesa clara bello, em sua página quitutes gourmet, e descubro, a cada dia (e neste caso, presencialmente), a pessoa espetacular que ela é. troco pensamentos transcedentais com as quase hippies raquel salomão e alessandra machado: soldados de guerra ex-puc/jornalismo. e imagino hely costa correndo com as pernas de fora na orla da lagoa, a cada km percorrido que ele posta no twitter. como ele mesmo me disse, num e-mail pra lá de carinhoso (e que me rendeu um dia), "bendita seja a tecnologia, que nos mantém conectados e interligados e, mesmo fria, permite momentos tão delicados como este".
e o mais surpreendente dessa relação virtual é que, na medida do possível, temos até nos encontrado mais: eu digo, fisicamente. no último meeting, na comemoração do meu aniversário de 40 anos, conversamos bastante, in loco. tudo real, de carne e osso, palpável, todos muito lindos e deliciosamente abraçáveis. pena que a mamãe aqui, sem posse de máquina digital, não captou nenhuma cena da festa. parece até que foi providencial: é o tempo que chega e testa meus neurônios, minha capacidade de lembrança, meu registro visual. adequando-me ao tema, minha memória ram.