sexta-feira, novembro 27, 2009

alegria interna (mente)

com o miguel e tudo o que o acompanha - casa, sorrisos, brinquedos, choros, papinhas, mordidinhas - estou conhecendo um novo tipo de alegria. uma alegria interna, duradoura, mais amiga, mais ativa. um sentimento que parece não envelhecer, pelo contrário, torna-se mais jovem e brincante a cada dia. uma força que me faz querer viver, pra lá dos 90. não que eu quisesse morrer antes, mas é desigual: agora quero perdurar, eternizar-me. pra vê-lo crescer, virar homem e não morrer. é, porque queremos, sempre, deixar esse mundo antes dos filhos, pra não sofrer desmesuradamente. penalidade assim ninguém merece. ou melhor, nenhuma mãe carece.

a alegria que o miguel me dá, a todo minuto, pois o faz somente por existir, dá-me disposição, força física mesmo, aquela que eu não tinha e magicamente passei a ter. uma amiga minha (lú) perguntou e acertou: "a pessoa quando vira mãe fica mais disposta? como é isso?". é, fica sim, mesmo que não sinta. mas não é, exatamente, uma força de espinafre: come-se muito e fica forte. trata-se de uma energia mental, que manda nutrientes pro corpo, e esse obedece às circunstâncias, brava e automaticamente.

a alegria que o miguel me dá é diferente daquela que senti quando passei no vestibular, quando tirei carteira, quando vou ao show preferido, quando ganho presente ou dinheiro. é uma alegria duradoura, como já disse, nada momentânea,
um estado interno, verdadeiramente excepcional. é como entrar numa casinha muito acolhedora, à meia-luz, cheirosa e amável. é sentir-me querida, além de tudo.

sei que a alegria que o miguel me dá pode - agora digo em contradição - não ser eterna. ele vai crescer, nem ligar pra mim, preferir os amigos, rebelar-se... mas no momento ela é, grande e irremediável, e eu me deixo aproveitar.