Achando

Passei por um bêbado ontem na rua. Ele estava deitado de lado, todo aconchegado, quase chupando o dedo, como se estivesse mesmo numa cama confortável, talvez num berço, sonhando logo depois da mamada.

Pensei que, naquele momento, a "cana" estivesse realmente o ajudando. Ajudando-o a achar que ele tinha direitos, que tinha prazeres, que tinha leito, que podia roncar, revirar os olhos, enfim, sonhar. Eu passei por ele, pensei tudo isso e, igualmente, ele ficou a achar... só achar.

Em tempo de ladrões de casaca, buzinas e asfalto, recebi um diálogo "faroestiano" de uma figura que me fez lembrar que um dia existiram sol, poeira, índios e cavalos soltos. Gui Dutra: adorei!

Buenas!
Trago notícias do norte!
Péssimas notícias senhora, estarrecedoras.
Litle John roubou seu gado...
Dei fumo para os Apaches atravessarem a fronteira.
Ele vai pagar!
Vamos embora Billy!
Com sua licença, senhora.
Fiuíííí!
Pocotó, pocotó, pocotó.

Conclusão do dia e de sempre:
os opostos se atraem, mas só os iguais se entendem.